Estimados Colegas,

A evidência científica disponível mostra de forma crescente que a escolha de médicos para cargos de liderança garante melhor desempenho das diferentes unidades de saúde, com aumento do desempenho organizacional em termos de qualidade do atendimento, eficiência, melhores resultados, incluindo menor morbilidade, e aumento da satisfação dos doentes.

Todos os estudos realizados nesta área (ex: Reino Unido, Nova Zelândia, Estados Unidos, Suécia) concluem que as instituições de saúde geridas por médicos podem alcançar melhores resultados clínicos e também melhores resultados financeiros.

Médicos em cargos de liderança a vários níveis acrescentam ao Sistema de Saúde e, nomeadamente ao Serviço Nacional de Saúde, mais humanismo, mais solidariedade e mais ética que devem estar no centro de qualquer sistema de saúde.

A situação de pandemia, por sua vez, veio demonstrar inequivocamente a importância da liderança clínica médica em todos os países europeus, incluindo Portugal. De resto, no nosso país, a capacidade de liderança médica no planeamento, organização, avaliação e tratamento, foi notória e é reconhecida de forma ampla por todos os portugueses.

Nesta perspetiva, a Ordem dos Médicos aderiu de imediato à necessidade sentida pela AEMH (Associação Europeia dos Médicos Hospitalares, à data presidida pelo nosso colega João de Deus) de criar uma Academia Europeia de Liderança Clínica que permitisse aos médicos obterem uma certificação europeia que lhes confira competências nesta área e possam assim aceder a assumir múltiplos cargos de liderança de forma mais ampla e devidamente certificada a nível europeu. Associaram-se também de imediato a UEMS (União Europeia dos Médicos Especialistas) como principal parceiro, mas também a FEMS (Federação Europeia dos Médicos Assalariados), o EJD (Associação Europeia dos Jovens Médicos) e a CEOM (Conselho Europeu das Ordens dos Médicos). Esta união das principais entidades que representam os médicos europeus, através das suas congéneres nacionais (no nosso caso a Ordem dos Médicos) contribui para reforçar o papel central do médico na liderança da saúde a nível nacional e europeu.

Foram definidos os requisitos necessários para aceder à Academia Europeia de Liderança Clínica (ETR - European Training Requirements).

Considerando que os médicos interessados possam estar em diferentes patamares da sua carreira foram criadas 2 possíveis vias de acesso a esta certificação europeia em liderança clínica:

1 - “Fellowship” – dirigido aos médicos já com experiência em liderança[1], acedendo a https://aemh-eacl.org/european-training-requirements/, preenchendo o formulário de candidatura (em Clinical Leadership / Application documents / Download) e anexando o respetivo Curriculum Vitae (max. 10 páginas) e um projeto de gestão de Serviço[2] (máximo 15 páginas). A admissão como Fellowship da Academia será concretizada após apreciação e discussão curricular e do projeto de gestão perante júri constituído para o efeito.

2 - “Master” – dirigido aos médicos mais jovens com interesse nesta área e cujos requisitos incluem 200 horas de formação adquirida (ex: cursos de pós-graduação em gestão de Serviços de Saúde) e posterior avaliação por júri da Academia. 
Mais detalhes em https://aemh-eacl.org/european-training-requirements/ (Training Requirements for Trainees).

A próxima admissão de candidatos terá lugar em dezembro de 2022, em Bruxelas e é isenta de pagamento (aplicável somente em 2022 por constituir o ano de lançamento da Academia).

O envio das candidaturas tem o prazo limite de 23 de outubro de 2022.